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Minha historia no Youtube

Você confiaria sua empresa nas mãos de jovens? Você usaria jovens para promover seus serviços? Eu uso. Os jovens que trabalham para mim são a Internet e o YouTube. Sem a Internet eu não poderia trabalhar como trabalho: em home-office, sem visitar prospects para vender, sem impressos, catálogos ou DVDs para mostrar o que faço, e até sem meu fax, agora aposentado.


Em 1995 eu já usava a Internet. Naquele tempo, conseguir acesso era como fazer interurbano via telefonista. O YouTube veio dez anos depois, aparecendo para o público no final de 2005. Eu só iria criar um canal ali no dia 22 de março de 2006. Quando pensei em criar um podcast para publicar mensagens em áudio, meu filho sugeriu que eu partisse logo para o vídeo, prevendo a popularização da banda larga. Inspirado por aqueles telefones infantis de lata e barbante, batizei meu canal de TV Barbante. Ele seria literal e deliberadamente "amarrado com barbante".

Depois de meu primeiro vídeo ir ao ar, um colega consultor me alertou: aquilo iria prejudicar minha imagem profissional. Na sua opinião, eu deveria contratar um estúdio e produzir vídeos de qualidade, mas expliquei que minha intenção não era tentar ser uma TV convencional. Não demorou um mês, e vi que estava no rumo certo: um jornalista do Estado de São Paulo me ligou pedindo uma entrevista. A matéria era sobre a nova tendência do vídeo na Internet e minha TV Barbante acabou ganhando destaque em um box de um quarto de página. Sabe quanto custa um quarto de página no Estadão? Eu também não.

Venho usando o YouTube desde então. Com ele experimentei diversas formas de me comunicar com minha audiência. Publico vídeos de minhas palestras, entrevisto a mim mesmo, falo com um irmão gêmeo que não existe ou bato papo com cachorros. Ali eu já fui desde astronauta até alienígena, quando achei que poderia me comunicar melhor vestido assim. E eventualmente algum cliente me liga pedindo que eu vá em sua empresa dizer para seus colaboradores as mesmas coisas que digo em meus vídeos. Hoje meus vídeos ajudam a conquistar novos clientes.

Recentemente uma pessoa que viu um vídeo meu baixado do YouTube sendo apresentado em um curso de inteligência estratégica. Entrou em contato e acabei contratado por sua organização. A história é sempre de alguém que viu, recebeu um link ou ganhou uma cópia informal. Sim, meus vídeos podem ser copiados, emprestados e distribuídos à vontade e de graça. Não ganho com eles, mas eles me ajudam a ganhar.

Os únicos vídeos com restrições são os de dois canais não profissionais que produzo nas horas vagas: "O Evangelho em 3 Minutos" e “O que respondi”. Neles eu compartilho o que tenho aprendido de minhas leituras da Bíblia e também respondo perguntas sobre muitos assuntos relacionados à fé. Devo dizer que estes canais cresceram muito mais que minha TV Barbante e hoje a soma de seus assinantes ultrapassa meio milhão.

Hoje vejo que meu colega consultor estava enganado. Minha carreira não foi prejudicada por meus vídeos amarrados por barbante, muito pelo contrário. Às vezes sou contratado por gerentes de empresas que querem alguém que fale de ética para seus colaboradores, e neste sentido a marca que construí também por meio de meus canais de conteúdo cristão acabam ajudando. É claro que sempre existem empresas que evitam me contratar achando que usarei meu tempo lá para falar de minha fé, o que nunca faço. Seria antiético eu me desviar do propósito e do tema para o qual fui contratado.

Mas se o YouTube não representou um risco para minha carreira, o mesmo eu não posso dizer em relação à minha vida. Numa visita aos meus filhos nos Estados Unidos, decidi fazer um vídeo de mim mesmo enquanto falava e caminhava numa praça em Filadélfia, perto do City Hall. De repente, do nada, apareceu um sujeito que achou que eu estava apontando a câmera para ele. O cara começou a gritar dizendo que ia atirar em mim se eu continuasse gravando. Ele estava vestido com uma capa longa, dessas de agente secreto. Fiquei apavorado.

O que aconteceu depois? Bem, eu estou aqui, não estou? Mas, se não tivesse baixado minha câmera, talvez tivesse conquistado uma notoriedade maior do que meus canais conseguem me dar com milhões de visualizações desde 2006. E na comemoração do próximo aniversário do Youtube eu estaria sendo homenageado como sua primeira vítima fatal.



O agente
 anti-Youtube

Nele você vê a cena do misterioso agente secreto que me ameaçou de morte.





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E a gorjeta, doutor?

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